Francisco de Assis Pereira, reconhecido como o “Maníaco do Parque“. Condenado por uma série de crimes que abalaram São Paulo em 1998, seu caso voltou a ser discutido devido à possibilidade de sua libertação em 2028.
A ação criminosa do ”Maníaco do Parque”
Francisco adotava uma estratégia calculada para atrair suas vítimas. Apresentando-se como agente de modelos ou caça-talentos, ele abordava jovens mulheres, geralmente de baixa renda, com promessas de sessões fotográficas e oportunidades no mundo da moda. Esta tática permitia que ele ganhasse a confiança das vítimas rapidamente.
O local escolhido para os crimes não era aleatório. O Parque Estadual Fontes do Ipiranga, mais conhecido como Parque do Estado, situado entre São Paulo e Diadema, tornou-se o cenário principal de suas atrocidades. A área extensa e relativamente isolada proporcionava o ambiente ideal para seus atos criminosos.
Uma vez no parque, Francisco revelava suas verdadeiras intenções. As jovens, atraídas pela perspectiva de uma carreira promissora, se viam em uma situação de extremo perigo. Os crimes incluíam estupro e, em muitos casos, resultavam em assassinato.
O número exato de vítimas de Francisco ainda é objeto de debate. Oficialmente, ele foi condenado pelo assassinato de sete mulheres, embora tenha confessado a morte de nove. Além disso, há registros de pelo menos nove sobreviventes de tentativas de estupro.
As vítimas compartilhavam características semelhantes: eram jovens, com idade até 24 anos, e geralmente em situação econômica vulnerável. Esta seleção específica de vítimas não apenas facilitava a abordagem inicial de Francisco, mas também dificultava as investigações, uma vez que muitas dessas jovens não tinham uma rede de apoio forte que pudesse reportar rapidamente seus desaparecimentos.
A série de crimes começou a vir à tona quando corpos foram encontrados no Parque do Estado. A polícia de São Paulo, ao localizar os restos mortais de seis mulheres na área, começou a suspeitar de um padrão nos assassinatos. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) foi fundamental nesta fase inicial das investigações, conectando os pontos que apontavam para um único autor.
A quebra do caso veio quando sobreviventes começaram a se manifestar. Nove vítimas que escaparam das tentativas de agressão de Francisco o reconheceram, fornecendo às autoridades descrições detalhadas e consistentes do agressor.
Captura e o julgamento
A caçada a Francisco de Assis Pereira mobilizou as forças policiais de São Paulo e capturou a atenção da mídia nacional. Com as evidências se acumulando e a pressão pública aumentando, a polícia intensificou seus esforços para capturar o “Maníaco do Parque”. A busca por Francisco tornou-se uma das maiores operações policiais da história recente de São Paulo.
A reviravolta ocorreu quando Francisco foi finalmente detido em 4 de agosto de 1998. Sua captura trouxe um alívio momentâneo para a população aterrorizada de São Paulo, mas também marcou o início de um longo processo judicial.
O julgamento de Francisco de Assis Pereira foi um dos mais notórios na história jurídica brasileira. As acusações contra ele eram extensas e graves, incluindo múltiplos assassinatos e estupros.
Durante o processo, detalhes dos crimes vieram à tona. As evidências apresentadas, incluindo testemunhos de sobreviventes e provas forenses, pintaram um quadro perturbador das ações de Francisco.
O resultado do julgamento foi uma sentença que refletia a gravidade dos crimes. Francisco foi condenado a mais de 280 anos de prisão, uma das maiores penas já aplicadas no Brasil.
Limite de 30 anos de prisão
Na época em que Francisco foi julgado e condenado, a legislação brasileira estabelecia um limite máximo de 30 anos para o cumprimento de pena em regime fechado. Esta regra, independentemente da extensão total da sentença, significava que mesmo criminosos condenados a centenas de anos de prisão não poderiam ficar encarcerados por mais de três décadas.
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Graduanda em Pedagogia pela Faculdade Jardins. Redatora do grupo Sena Online.