O desaparecimento dos guardiões do Farol de Flannan Isles, ocorrido em 1900, continua sendo um dos maiores mistérios não resolvidos da história britânica. O farol, localizado em uma ilha isolada no Mar da Escócia, foi construído para garantir a segurança dos navios que navegavam pela região.
No entanto, quando a tripulação de resgate foi enviada ao local, em dezembro daquele ano, encontrou o farol desabitado e sem sinal dos três homens que lá trabalhavam: Thomas Marshall, James Ducat e Donald McArthur. E o mais intrigante disso tudo, foi que o local do farol estava vazio, as portas trancadas, mas o relógio parado, a mesa posta para uma refeição e o diário dos guardiões registrava eventos até 15 de dezembro.
O caso chamou a atenção mundial e, ao longo dos anos, alimentou teorias e especulações sobre o que realmente teria acontecido. Esse enigma, que ressurge periodicamente na mídia, inspirou filmes como “The Vanishing” (O Mistério do farol), dirigido por Kristoffer Nyholm (2018) e “O Farol” de Robert Eggers (2019), ambos baseados nesse caso real.
O Desaparecimento e as Circunstâncias
A aprovação para a construção de um farol nas Ilhas Flannan foi recebida da Junta Comercial em 1896, mas as obras só começaram em 7 de dezembro de 1899. Construído por George Lawson, de Rutherglen, entre 1896 e 1899, ele construiu o farol, bem como os locais de desembarque e as escadas na ilha, e as casas para as famílias dos faroleiros na estação costeira de Breasclete, em Lewis.
Durante a operação do Farol, socorros quinzenais foram realizados até o desastre de dezembro de 1900. Antes da descoberta do desaparecimento dos homens, a luz não havia sido vista nas Ilhas do ponto mais próximo em Lewis, a 26 quilômetros de distância, por 10 dias.
E em 26 de dezembro de 1900, o navio Hesperus, vindo da Filadélfia, chegou à ilha de Eilean Mor, um dos sete ilhéus — também conhecidos como os “Sete Caçadores” —, parte das Ilhas Flannan, no noroeste da Escócia. O capitão James Harvey estava a caminho de realizar uma troca de turno regular dos faroleiros, com Joseph Moore substituindo um dos homens responsáveis pelo farol. O barco também levava suprimentos para os três faroleiros locais: Thomas Marshall, James Ducat e Donald Macarthur.
Porém, ao chegar, Harvey notou que algo estava errado. O mastro estava sem bandeira, a luz do farol estava apagada e, mesmo após sinalizar com uma buzina, não obteve resposta. Quando Moore desceu para o farol, ele sentiu uma sensação estranha e encontrou o portão trancado.
Dentro, a mesa estava posta com comida, mas uma cadeira estava virada, como se alguém tivesse saído rapidamente. Além disso, o relógio da parede estava parado às 2 horas. Esses detalhes levantaram mais perguntas: por que um dos faroleiros havia saído sem o casaco, e por que os três haviam saído juntos, quando as regras exigiam que sempre houvesse alguém no farol?
Sem respostas, Harvey enviou um telegrama para a administração dos faróis, e dias depois, Robert Muirhead, supervisor do conselho, chegou para ajudar nas buscas. Entretanto, nem mesmo com sua participação o paradeiro dos três homens foi encontrado.
A Investigação e as Teorias Iniciais
Mesmo com o acionamento da Marinha Real Britânica, nada de muito concreto foi encontrado para que ajudasse a revelar o que de fato aconteceu. Nos dias que antecederam o desaparecimento, outros detalhes começaram a surgir. Ao examinar o diário do farol, Robert Muirhead encontrou anotações bastante incomuns, para dizer o mínimo.
Em 12 de dezembro, Thomas Marshall relatou que os ventos estavam “mais fortes do que nunca” após 20 anos de experiência. Ele também mencionou que o líder da equipe, James Ducat, estava “muito quieto”, enquanto Donald Macarthur estava “chorando”.
No dia seguinte, Marshall escreveu mais sobre a tempestade, mencionando que os três estavam rezando para que ela passasse, apesar de estarem a 45 metros acima do nível do mar, em um dos lugares mais seguros da região.
O mais estranho de tudo é que, segundo as previsões meteorológicas da época, não houve tempestade nos dias 12, 13 e 14 de dezembro. O tempo estava calmo e o vendaval só chegaria dois dias depois do que foi descrito no diário. O último registro, feito no dia 15 de dezembro, dizia: “A tempestade acabou, mar calmo. Deus está acima de tudo”.
A partir daí, as especulações sobre o que realmente aconteceu começaram a se espalhar: seria algo sobrenatural? Os faroleiros foram atacados por criaturas marinhas gigantes? Ou teria ocorrido um assassinato? Alguns até cogitaram a possibilidade de um ataque alienígena.
Entretanto, a verdadeira causa do desaparecimento jamais foi encontrada. Alguns relatórios mencionam também o fato de que os guardiões estavam cientes de comportamentos estranhos em dias anteriores, o que levanta ainda mais o mistério. O caso alimentou a imaginação popular, e até hoje as explicações variam.
O Legado do Mistério e Seu Impacto Cultural
O desaparecimento dos guardiões do Farol de Flannan Isles deixou um legado duradouro na cultura popular. A história, cheia de mistério e intriga, tem sido explorada em diversas produções cinematográficas e documentários. Assim como também muitos livros foram escritos e inspirados pelo desaparecimento dos faroleiros das Ilhas Flannan.
Até hoje, os investigadores que tentaram desvendar o desaparecimento dos guardiões não conseguiram respostas definitivas, e a história permanece um dos maiores enigmas não resolvidos do Reino Unido. A maneira como o mistério ressurge de tempos em tempos é um reflexo do fascínio que o caso exerce sobre as pessoas, levando muitos a continuar especulando sobre o que realmente aconteceu naquele remoto farol.
Para saber mais sobre esses temas, o site Curioseando apresenta mistérios históricos fascinantes. Este caso é um dos mais intrigantes.
Dúvidas Frequentes
O que aconteceu com os guardiões do Farol de Flannan Isles? Os três faroleiros desapareceram em dezembro de 1900. Nenhum corpo foi encontrado. O caso permanece sem solução oficial.
Quais eram os nomes dos faroleiros desaparecidos? Thomas Marshall, James Ducat e Donald McArthur. Todos eram experientes em suas funções. Conheciam bem os perigos do mar.
Existem teorias plausíveis sobre o desaparecimento? Várias teorias foram propostas. Tempestade súbita é a mais aceita. Porém, registros meteorológicos contradizem essa hipótese.
O farol ainda está em funcionamento? Sim, o farol opera automaticamente hoje. Não precisa mais de guardiões residentes. A tecnologia moderna garante seu funcionamento.
Filmes foram baseados neste caso real? “The Vanishing” (2018) dramatiza a história. “O Farol” (2019) também se inspira no caso. Ambos oferecem interpretações ficcionais diferentes.
Por que o diário tinha anotações estranhas? O diário mencionava tempestades inexistentes. Descrevia comportamentos incomuns dos faroleiros. Isso aumenta o mistério do caso.
Investigações modernas descobriram algo novo? Pesquisadores continuam estudando em 2025. Usam tecnologia avançada e novos métodos. Ainda não há descobertas definitivas.
O mistério pode ser resolvido algum dia? Após 125 anos, as chances diminuem. Evidências físicas se perderam. Mas o interesse científico permanece ativo.