Maurício Kubrusly foi um dos jornalistas mais importantes da história da televisão brasileira. Com uma trajetória que começou nos anos 1970, ele se tornou um ícone do jornalismo, crítico musical e comunicador, marcando gerações com sua maneira única de contar histórias. No entanto, o repórter que deixou sua marca na TV e na imprensa brasileira hoje enfrenta um desafio que muitos temem: a perda da memória. Diagnosticado com demência em 2023, Kubrusly já não lembra de grande parte da sua história, mas, para garantir que seu legado nunca caia no esquecimento, sua vida acaba de ganhar um documentário emocionante.
O documentário de Maurício Kubrusly
O documentário intitulado Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar Por Aí traz à tona a trajetória fascinante do jornalista e comunicador. A obra será exibida pela primeira vez nesta sexta-feira, 22 de setembro, durante a 11ª Mostra de Cinema de Gostoso, em São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte. Dirigido por Evelyn Kuriki e Caio Cavechini, o filme também será disponibilizado no Globoplay a partir de 4 de dezembro deste ano.
O título do documentário é uma referência à música Esotérico, de Gilberto Gil, um dos ídolos de Kubrusly, que sempre teve uma grande paixão por música. Esse interesse pela arte musical é uma das características que definem sua personalidade e também serve como fio condutor da narrativa do filme. Em uma das cenas marcantes, Gilberto Gil, que participa do documentário, toca violão enquanto Kubrusly convida sua esposa, Beatriz Goulart, para dançar.
A carreira de Maurício Kubrusly
A carreira de Maurício Kubrusly se estendeu por várias décadas e passou por diversos meios de comunicação. No início dos anos 1970, ele se destacou como crítico musical na revista Somtrês, a primeira publicação especializada em música do Brasil. Fundada por Kubrusly, a revista circulou por 10 anos e foi responsável por lançar a carreira de vários artistas importantes, como Gilberto Gil, Itamar Assumpção e Arrigo Barnabé. Seu trabalho como crítico foi essencial para o desenvolvimento da cena musical brasileira, especialmente em um período de intensa efervescência cultural.
Além de sua atuação como jornalista e crítico, Kubrusly fez história no Fantástico, programa da Rede Globo que acompanhou por quase 20 anos. Durante sua participação, ele apresentou o quadro Me Leva, Brasil, de 2000 a 2017. No comando do programa, Kubrusly viajou por todas as regiões do Brasil, trazendo à tona histórias inusitadas e impactantes. Em um dos episódios, ele registrou um ensaio nu de Carla Perez no Pelourinho, em Salvador, um momento que ficou marcado na memória do público.
A resistência de Kubrusly à televisão
Apesar de sua enorme popularidade na televisão, Maurício Kubrusly sempre teve uma relação ambígua com as câmeras. Mesmo com o sucesso do Me Leva, Brasil, o jornalista nunca se sentiu totalmente à vontade como apresentador. Evelyn Kuriki, diretora do documentário e colega de trabalho de Kubrusly no Fantástico, revelou que o jornalista, mesmo resistindo ao papel de apresentador, se transformava quando estava diante das câmeras. Segundo ela, Kubrusly sempre foi inquieto e inovador, e quando pegava o microfone, algo mágico acontecia, como se ele tivesse uma conexão direta com o público.
O legado de Kubrusly: O documentário e o futuro
Maurício Kubrusly se afastou da televisão em 2019, após 34 anos de serviços prestados à Rede Globo. O jornalista, agora com 79 anos, está longe das telas, mas seus amigos e colegas de trabalho estão empenhados em garantir que sua história seja lembrada para sempre. Além do documentário, a vida de Kubrusly também será contada em um livro que está programado para ser lançado em 2025. O título Kubrusly, Lembra?, de autoria de Alberto Villas, colega de Kubrusly no Fantástico, trará uma mistura de biografia e almanaque, relembrando os momentos mais marcantes da vida e carreira do jornalista.
O livro será uma oportunidade para os fãs e admiradores de Kubrusly reviverem sua trajetória e conhecerem mais sobre os bastidores de suas reportagens e coberturas históricas. Com uma narrativa descontraída e repleta de histórias divertidas, o livro promete ser uma homenagem emocionante a um dos maiores comunicadores do Brasil.
A demência e a memória
O diagnóstico de demência, infelizmente, apagou parte da memória de Maurício Kubrusly, fazendo com que ele já não se lembre de muitos momentos marcantes de sua própria carreira. Isso, no entanto, não apaga a importância de sua trajetória para a televisão brasileira e para o jornalismo como um todo. O documentário e o livro são formas de eternizar sua história, permitindo que as futuras gerações conheçam o trabalho de um dos maiores jornalistas e comunicadores da história da TV brasileira.
Kubrusly: Um ícone da comunicação brasileira
A história de Maurício Kubrusly é, sem dúvida, uma das mais fascinantes da comunicação brasileira. De crítico musical na década de 1970 a apresentador de televisão nos anos 2000, ele soube se reinventar ao longo dos anos, conquistando a admiração de colegas de trabalho e do público. A criação do documentário Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar Por Aí e o lançamento do livro Kubrusly, Lembra? são uma maneira de manter viva a memória de um homem que contribuiu imensamente para a evolução do jornalismo e da televisão no Brasil.
Mesmo que a demência tenha roubado parte de sua memória, o legado de Maurício Kubrusly permanece intacto, sendo celebrado agora de uma maneira especial. As futuras gerações poderão acompanhar e aprender com o trabalho de um verdadeiro pioneiro da comunicação brasileira, e sua história será contada por aqueles que o acompanharam de perto ao longo de toda sua jornada.
Em um Brasil onde a televisão e o jornalismo têm um impacto profundo na sociedade, Maurício Kubrusly é, sem dúvida, uma figura que merece ser lembrada e reverenciada. O documentário e o livro são apenas o começo dessa jornada para garantir que sua história nunca seja esquecida.
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Graduanda em Pedagogia pela Faculdade Jardins. Redatora do grupo Sena Online.