O champanhe é sinônimo de celebração e luxo, especialmente durante as festas de fim de ano. Esta bebida dourada e borbulhante conquistou o coração de milhões ao redor do mundo, tornando-se indispensável em momentos de alegria e comemoração.
A origem do champanhe
A história do champanhe é envolta em lendas e tradições. Embora muitos associem sua criação ao monge beneditino Dom Pierre Pérignon, a verdade é um pouco mais complexa.
Embora Dom Pierre Pérignon seja frequentemente creditado como o inventor do champanhe, a verdade é mais complexa. O desenvolvimento da bebida foi um processo gradual, com vários produtores na região de Champagne, na França, aperfeiçoando a técnica de fermentação secundária. A região de Champagne, com seu solo calcário e clima único, desempenha um papel crucial na produção do champanhe.
O processo de produção
A elaboração do champanhe é um processo meticuloso que requer habilidade, paciência e atenção aos detalhes.
O champanhe é produzido através do método champenoise, que envolve uma segunda fermentação dentro da garrafa, responsável pelas bolhas características. As três principais uvas utilizadas são Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier, cada uma adicionando características únicas ao blend. Além disso, o champanhe deve envelhecer por pelo menos 15 meses nas caves, um período essencial para o desenvolvimento de seus aromas e sabores complexos.
As bolhas do champanhe
As bolhas são, sem dúvida, a característica mais marcante do champanhe. Mas você sabe como elas se formam e quantas existem em uma taça?
As bolhas do champanhe são geradas pela liberação de dióxido de carbono durante a segunda fermentação, ficando aprisionadas na garrafa até ser aberta. Estima-se que uma garrafa padrão de champanhe contenha cerca de 20 milhões de bolhas, enquanto uma taça tenha cerca de 1 milhão. Além de sua aparência, as bolhas desempenham um papel essencial no sabor, liberando aromas e intensificando a experiência sensorial da bebida.
Champanhe na realeza e na alta sociedade
O champanhe tem uma longa história de associação com a realeza e a aristocracia, o que contribuiu para sua imagem de luxo e prestígio.
A tradição de servir vinhos de Champagne em coroações reais começou no século X, quando Hugo Capeto foi coroado rei da França em Reims. Luís XIV, o Rei Sol, foi um grande apreciador da bebida, ajudando a popularizá-la na corte francesa. Luís XV e suas amantes, como Madame de Pompadour, também eram conhecidos pelo amor ao champanhe, e acredita-se que a famosa taça de champanhe em formato de concha tenha sido inspirada no seio de uma das suas amantes.
A exclusividade do champanhe
O termo “champanhe” é protegido por lei e só pode ser usado para vinhos espumantes produzidos na região de Champagne, seguindo métodos específicos.
A denominação “Champagne” é rigorosamente controlada, assegurando que apenas vinhos produzidos na região e seguindo os métodos tradicionais possam usar esse nome. Vinhos espumantes de outras regiões, mesmo com métodos semelhantes, não podem ser chamados de champanhe e recebem nomes como Cava na Espanha ou Prosecco na Itália. O preço elevado do champanhe reflete sua qualidade, exclusividade na produção e a alta demanda global por esse produto de luxo.
A pressão nas garrafas de champanhe
Uma garrafa de champanhe contém uma pressão surpreendentemente alta, o que contribui para sua natureza efervescente e para os cuidados necessários ao abri-la.
A pressão dentro de uma garrafa de champanhe pode alcançar até 6 atmosferas, o que equivale a três vezes a pressão de um pneu de carro. Por conta disso, é essencial abrir a garrafa com cuidado, segurando a rolha firmemente e girando a garrafa lentamente. O famoso “pop” ao abrir o champanhe, que se tornou sinônimo de celebração, é o som resultante da liberação repentina dessa pressão acumulada.
O terroir de champagne
O conceito de terroir é fundamental para entender o que torna o champanhe único.
O solo calcário da região de champagne é essencial para a qualidade das uvas, proporcionando uma drenagem ideal e minerais que favorecem o cultivo. O clima frio e variável da região cria desafios para o cultivo das uvas, mas também resulta em frutas com acidez e complexidade únicas. Em 2015, a região de Champagne foi reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO, devido à sua importância cultural e histórica.
A economia do champanhe
O champanhe não é apenas uma bebida; é uma indústria significativa com impacto econômico global.
A produção anual de champanhe é de cerca de 300 milhões de garrafas, gerando bilhões de euros em receita. Mais da metade da produção é exportada, com os principais mercados sendo o Reino Unido, Estados Unidos e Japão. O valor das vinícolas na região é elevado, com um hectare de vinhedo podendo custar mais de 1 milhão de euros, refletindo a alta demanda e o valor dessa terra única.
Como apreciar o champanhe
Para desfrutar plenamente de uma taça de champanhe, é importante seguir algumas diretrizes básicas.
O champanhe deve ser servido entre 8°C e 10°C, pois temperaturas muito baixas podem esconder os aromas e sabores sutis. Embora as taças flute sejam comuns, muitos especialistas preferem taças em formato de tulipa, que ajudam a apreciar melhor os aromas. Ao servir, incline a taça e despeje a bebida lentamente, fazendo-a deslizar pela lateral para preservar as bolhas.
Champanhe em números
Alguns números impressionantes ilustram a popularidade e o impacto do champanhe no mundo.
No Ano Novo, estima-se que mais de 360 milhões de taças de champanhe sejam consumidas globalmente. As garrafas mais caras podem custar centenas de milhares de euros, geralmente devido à sua raridade ou idade. Além da garrafa padrão de 750ml, o champanhe é produzido em diversos tamanhos, variando desde o pequeno “quarto” (187ml) até o gigantesco “Melchizedek” (30 litros).
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Graduanda em Pedagogia pela Faculdade Jardins. Redatora do grupo Sena Online.